E a fome? Não falo da fome pela qual tantas crianças e adultos morrem todos os anos (essa tem sido implacável e negligenciada).
E a fome? Não falo da fome de poder e de liderar.
E a fome? Não falo da fome de querer ter o que não podemos.
Falo da fome dos dias de hoje.
A fome de sair. A fome do abraço que queremos dar e do beijo adiado.
Falo da fome daqueles que com empresas em lay off e despedimentos começam a sentir.
O querer e ter de alimentar a família e não ter, de um dia para o outro, como o fazer.
O amor entre família e amigos alimenta a alma, mas não alimenta o corpo.
Falo da fome que tantos em Portugal (além dos que já a passavam) começam agora a passar.
A fome aquela que aparece quando ficas sem rendimentos de um momento para o outro.
E pelo que leio ela começa a apertar e a doer...
Mais que fome de um abraço há quem agora tenha fome difícil de superar.
Juntem o Sr. Medo, a Sra. Ansiedade e a Sra. Fome e pensem...
Margarida Azevedo
13.04.2020
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