Podem ouvir aqui.
West é um disco fenomenal. É impossível não ficarmos imersos no mundo e na visão do Paulo Vicente. Kings Park mostra-nos que nem só de passarinhos vive o Homem. Entras numa viagem pelo Oeste onde o corpo deixa de ser comandado por ti. Há um estímulo que nos faz querer dançar, mexer, respirar, fechar os olhos e deixar fluir. Entra-nos no sangue, percorre-nos, completa-nos. É excitante, sensual e contagiante. Quando o minimal repetitivo é tão bem trabalhado ─ queres ficar ali, naquele ambiente, sem arredar pé.
Library at home é mais um espaço simples, de contornos que me levam até à infância. A um conto ritmado que ouves ser lido por uma voz quente. Magic Fruits levam-me para o vento do oeste onde caminhas com passo conciso entre universos paralelos. Ai, Paulo Vicente! Que disco tão bom!
Entre May e São Martinho Tapes os ambientes mudam como quando assistes ao pôr do sol sozinho em que o momento apesar de curto é prazeroso e intenso. Um fim de tarde outonal em que o ambiente é, claramente, apaziguador.
O disco fecha com Idyllic Moments e ficas em ânsias para o voltar a ouvir de fio a pavio. Termina com o tema mais longo e nunca tens vontade de carregar no stop.
Soberbo!
O Paulo traz neste disco tudo e nada. Tudo o que precisamos, nada de supérfluo. É um dos meus discos de 2020. Sem qualquer margem para dúvidas.
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